real

depois de algum tempo aprendes a diferença entre dar uma mão e acorrentar uma alma.

suerte

dou voltas e voltas. reviro a minha vida. tudo do avesso. acabo sempre no mesmo sítio. à mesma hora. exactamente da mesma maneira.
é um hábito. mau, bom, defeito e qualidade. é parte integrante de mim. posso tentar negá-lo, achar que estou velho demais. the time is now. sem sweet without the sour. já alguém dizia, parar é morrer.
muita amizade, ciúmes a mais. noites intemporais, momentos guardados. surpresas que deixam de ser surpresas, como um bom filme que desejamos nunca ter visto para o apreciarmos como se da primeira vez se tratasse. fica só a recordação, do que foi, do que poderia ter sido, do que é a menos do que o que foi e do que estou a sentir.
deixem-me voar e sonhar, acreditar com o fim do mundo, ou simplesmente com algo maior do que nós e do que esta cidade. façam-me acreditar que há algo mais para mim e até para vocês, um plano maior para o domínio absoluto do mundo no qual nos encaixamos e nos deixamos ir até um destino que não este.

100

sem tempo para escrever. sem vontade e sem motivo. sem a mais pequena inspiração. sem nada que esgote os meus dias, que me prenda o pensamento, que me force a escrever. sem me sentir vazio. sem essa necessidade, vontade e ainda assim.

barcelona

comigo:
a pulseira da amizade.
aquelas sapatilhas. um cachecol.
fotos, neve, a constipação andorrenha.
música no ouvido, na cabeça, na bagagem.
medo das alturas, teleféricos oxidados; golondrinas.
tudo de bom. e de melhor.
saudade, muita saudade - passear, conhecer, saír, viajar - de quem está próximo de nós ainda que longe demais. da multiplicidade de culturas. duma cidade a sério. da paisagem, das ruas, dos prédios. das pessoas. da sensação de despreocupação. estamos longe demais. estamos acima de portugal, na minha melhor cidade do mundo.