Inside is mind
A ausência tinha sido longa. O regresso foi estranho,ele cheirava o mundo de maneira diferente.
Tudo tinha mudado um pouco, fosse para melhor, fosse para pior.
Não foi o morcego que voltou, porque o morcego queria sempre aparecer e quem o impedia era a luzinha que só ele via. Era a luzinha junto ao rio ou a luzinha mágica que às vezes só mesmo ele conseguia ver. A luz tinha desaparecido e tudo o que agora o guiava era o coração.Esse, dizia-lhe que o mundo tinha mudado. Algo se tinha perdido, não na ideologia, não na memória, mas no conforto, na intimidade do momento. As perguntas foram secas e as respostas a medo, a distância do coração soava a bem mais de 4000Km.
Tudo lhe parecia estranho, o mundo que estava a tentar pisar de novo, as pessoas que estava a revisitar, mas mais estranho que tudo isso, foi a perda de intimidade que o destronou.
Custou-lhe, porque quem o fez ir, foi quem mais mudou. Ele não tentou procurar uma culpa que se calhar até era sua, mas não deixou de sentir que a luz que sempre o tinha chamado tinha sido trocada pelo desconforto.
não era assim tão simples. não bastava dizerem-lhe que ele não podia estar estranho. Também lhe deviam ter dito para onde foi a luz que sempre o chamava e acima de tudo, para onde foram as pessoas que por causa da luz, ele nunca podia salvar.
foi o seu maior medo que lhe deu toda a força e foi esse mesmo que se calhar lhe tirou quem lhe tinha mostrado o caminho.
Asas cabisbaixas. Armas postas de lado. Já não há ninguém para salvar. Acabaram-se os criminosos a abater.
Agora apenas voa como eles, de pernas para baixo. Mas vai sempre voar.
4 Comments:
Já tinha saudades... do poeta que se revela de madrugada... quando não se pode fazer barulho...
Voa, voa, Joãozinho...
Tio Sá
dificuldades na readaptação ao mundo real?
lindo=) as xs sinto-m assim..
ele és TU! Sim,voa..vais sempre voar.
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