Fim do mundo?
Quanto menos temos mais nos apercebemos de tudo o que realmente precisamos e do que genuinamente necessitamos para sobreviver.
É no fim de um mundo com paisagens tão belas que nos fazem querer rasgar os olhos para poder ver mais e com um rádio de linguagem não perceptível que sentimos que por vezes apenas precisamos de uma simples música que ultrapasse largamente as fronteiras de tudo o que não entendemos. Um simples click que nos liga a memórias escondidas, a dúvidas por responder, e que nos faz questionar tudo como se não pudessemos parar.Abre-se um buraco nas mil e uma barreiras que criamos ao longo de tantas passagens mais sobressaltadas e apercebemo-nos que lá dentro tudo continua vivo.
As certezas são as mesmas. Nenhumas.
As dúvidas mudaram. Aumentaram.
As certezas tomaram contornos que intitulámos de 'maduros' apenas porque assim nos é mais fácil lidar com a avalanche de incertezas que parecem querer saltar cá para fora, como se nos quisessem assaltar.
As voltas são tantas que acabamos por cair num mundo que nos gela e quase nos tapa. Abre-se uma brecha onde apenas conseguimos ver as nuvens ainda mais cristalinas que o solo que nos tenta afogar. Desenhos memórias, sonhos. Sorrimos, como se naquele breve instante nos conseguissemos convolver com o nosso próprio desenho.
Espero que o mundo não tenha um fim, mas caso o tenhas, não mo mostres nunca por favor.
Deixa-me sonhar!
J.
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